A leitura do ECG pode apresentar
- ritmo e a frequência cardíaca;
- a espessura aumentada do músculo cardíaco (hipertrofia);
- a evidência de lesão em várias partes do músculo cardíaco;
- alterações ao padrão normal da atividade elétrica que pode predispor a perturbações do ritmo cardíaco.
O que representa o traçado do ECG
O traçado irregular registrado na tira de papel representa a tradução da corrente elétrica que gira pelo coração durante uma contração.
Cada batimento cardíaco inicia-se com um impulso a partir do nódulo sino-auricular - um “ponto” diferenciado do coração que se localiza na aurícula direita e que é responsável pela produção compassada de impulsos. Este impulso ou influxo elétrico, ativa como uma onda de corrente elétrica. Cada contração é descrita no papel por um risco irregular, que pode ser decomposto em pequenos segmentos ou “ondas” designadas por letras, e que significam a ativação das cavidades cardíacas.
O eletrocardiograma é composto pelas seguintes ondas
Onda P – corresponde à despolarização dos átrios;
Complexo QRS – corresponde à despolarização dos ventrículos;
Onda T – corresponde à repolarização dos ventrículos.
Cada intervalo RR corresponde a um batimento cardíaco.
Como se realizar o ECG
O aparelho eletrocardiógrafo registra numa tira de papel a atividade elétrica do coração.
Colocam-se 10 pequenos contactos elétricos (elétrodos) na pele do indivíduo em determinadas áreas do corpo:
- 4 nas extremidades (2 perto dos tornozelos e 2 junto aos punhos) e
- 6 elétrodos em regiões pré-definidas localizadas no tórax anterior.
Estes contatos elétricos avaliam a intensidade e a direção das correntes elétricas do coração em cada batimento.
Uma pequena quantidade de gel é aplicada na pele onde assenta o elétrodo, permitindo que o impulso elétrico do coração seja mais facilmente transmitido ao aparelho de registro. Cada elétrodo está ligado por um cabo ao eletrocardiógrafo transcrevendo um traçado específico, que representa a atividade elétrica de uma parte do coração.
PAPEL
O papel de registro é quadriculado e dividido em quadrados pequenos de l mm. Cada grupo de cinco quadradinhos na horizontal e na vertical compreende um quadrado maior (linha mais grossa). No eixo horizontal, marca-se o tempo. O registro é realizado em uma velocidade de 25 mm/seg, com cada quadradinho equivalendo a 0,04seg. Portanto, cinco quadradinhos (1 quadrado maior) equivalem a 0,2 seg.
DERIVAÇÕES ELETROCARDIOGRÁFICAS
As derivações podem ser definidas de acordo com a posição dos eletrodos (chamados eletrodos exploradores) no plano frontal (formando as derivações periféricas — bipolares ou unipolares) e no plano horizontal (formando as derivações precordiais, unipolares).
RESUMINDO
As doze derivações habituais são, portanto, as seguintes:
• 3 derivações clássicas ou padrão (D1, D2 e D3).
• 3 derivações unipolares dos membros (aVR, aVL e aVF).
• 6 derivações unipolares precordiais (V1,V2,V3,V4,V5 e V6)
ANÁLISE DO TRAÇADO (FROID)
Frequência cardíaca
Ritmo sinusal
Onda P
Intervalo PR
Despolarização ventricular QRS
IDENTIFICAÇÃO DO RITMO
O método dos quadrados menores consiste em contar o número de quadrados menores existentes entre os picos de duas ondas P consecutivas, para avaliar a frequência atrial, e entre os picos de duas ondas R consecutivas, para avaliar a frequência ventricular. O eletrocardiograma é realizado em um papel milimetrado, no qual cada “quadradinho” corresponde a 1 mm. Divida 1.500 pelo número de quadrados menores contados para obter o número de batimentos atriais ou ventriculares por minuto.
Por exemplo:
15 quadrados menores entre os picos de duas ondas R consecutivas significam frequência cardíaca de 100 bpm.
(1.500/15 = 100 bpm).
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